Você está no dia da marmota 🔁

Você está no dia da marmota 🔁
Bill Murray em "Feitiço do Tempo" (1993)

Você vive em um dia da marmota digital. Todo dia falamos de alguma novidade revolucionária e, ao mesmo tempo, você já viu esse filme. Se você usa serviços digitais há pelo menos uns dez anos (e quem não?), todas as "novas" funções que qualquer serviço ou aplicativo agregam pouca coisa a essa altura do campeonato. Todos os apps são iguais. Até que não são.

Falei nesta semana no RESUMIDO (já ouviu?) sobre como o Spotify está aos poucos se transformando em uma espécie de YouTube, como o YouTube está parecido com o TikTok, que por sua vez, também é copiado pelo Instagram, da Meta, que também tem uma função de doomscrolling, tal qual o seu app-irmão mais antigo, o Facebook, que teve o formato do feed copiado pelo Pinterest, que… Enfim, você entendeu.

A culpa disso também é sua (e minha e de todos nós): aplicativos e serviços online trabalham em um cenário extremamente competitivo, com cerca de 2 milhões de apps em cada uma das duas principais lojas, App Store e Google Play. Já passamos a fase da novidade dos smartphones – quando o mundo se dividida entre quem já tinha um app e quem estava criando um – e os usuários já estabeleceram quais são os critérios de usabilidade bons e replicáveis e quais foram péssimas experiências.

Um artigo publicado no UX Collective, uma revista independente voltada para design de usabilidade, argumenta que o mercado de tecnologia enfrenta um novo ciclo de transformação, impulsionado pelo fim da era de "dinheiro fácil" e pela adoção da inteligência artificial. Este momento de correção exige mudanças estruturais, com foco em modelos de negócios sustentáveis e integração entre design e gestão, tendo em mente os cenários que devem aparecer em relação à tecnologias que impactam no uso, como as IAs, realidade aumentada e metaversos.

Todos os apps estão virando grandes repositórios de vídeo com uma função stories e alguma IA envolvida. A Meta anunciou que vai permitir que os usuários resetem os algoritmos de recomendação do Instagram, para podermos começar do zero e calibrar que tipo de conteúdo queremos que seja entregue. Ainda acho que ter acesso a esse tipo de ajuste deveria ser uma funcionalidade padrão, mas já é um começo.

Ao mesmo tempo, para competir com o Bluesky, que é o novo X/Twitter, só que com menos extremistas, o Threads, aplicativo de textos curtos da empresa do Zuckerberg, anunciou a customização dos feeds por lá

São movimentos significativos da Meta para se distanciar da concorrência e tentar criar alguma novidade, mas no fim do dia, nada de novo está sendo criado e é apenas uma resposta a esse grande cansaço que as redes sociais causam em todos nós.

Diante de um cenário ávido por algo que realmente mude a direção das coisas e cause um impacto no cotidiano digital das pessoas, é um começo.

Sigo acreditando que precisamos delegar menos nossas decisões do que ler, ouvir, assistir para os algoritmos. Buscarmos ativamente o que queremos consumir. Enquanto isso não acontece, vamos scrollando de app em app, um feed por vez.


Bits 💾

Semana da Consciência Negra

Uma startup que leva um olhar afrocentrista para o ensino de história [Projeto Draft]

Cinco referências negras do mercado de inovação [UFJF]

Dez pessoas negras que marcaram o ramo da tecnologia [Canal Tech]

O essencial podcast Projeto Querino conta a história do Brasil a partir de uma perspectiva afrocentraada [Ouça]

Console. Está pronto o primeiro game feito totalmente com IA [Zeniteq]

Surpresa. A maioria das redes sociais está abaixo do nível de transparência de dados mínimo [Núcleo]

Yes, chef! Ayo Edebiri, a cozinheira da série The Bear se declarou anti-IA [Dazed]

Bolada. Um hacker dos Estados Unidos foi condenado por um roubo de criptomoedas no valor de bilhões [BBC.com]

Utilidade. Uma resenha dos Meta Glasses feitos por uma cega [@SadiTheBlindLady]

Saudades RSS. Ainda não disponível no Brasil, o Particle organiza as notícias com IA e tem feito sucesso [The Verge]

RESUMIDO #290 no ar! A solidão resiste aos algoritmos, a IA descobre que não é tão inteligente assim e o Spotify decide que música é coisa do passado. As plataformas digitais reinventam desejos que ninguém pediu. Quem está programando quem? Escute agora na sua plataforma de áudio predileta!

Gladiador. Dá pra alugar o Coliseu pelo AirBNB por alguns dias, se você tiver sorte (e grana) [Vanity Fair]

Vida eterna. Se você não tem dinheiro pra tratamentos caríssimos de check-up, um "concierge de longevidade" pode resolver seu problema [San Francisco Standard]

Grandão. Como o Bluesky, que tem uma equipe enxutíssima, está lidando com um crescimento tão rápido [New York Times]

Potência. Tempo de bateria é a real vantagem do novo Snapdragon [Android Authority]

Que som é esse? O Shazam, aquele app usado pra saber o nome de uma música tocando, já identificou mais de 1 bilhão de músicas [The Verge]

Vacinas salvam. Um gráfico que mostra o antes e o depois da vacinação nos EUA [Vox]

Exaustivo. Moderar conteúdo online tem um preço: a saúde mental [BBC Brasil]

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Abas abertas 📑

Memes:

Utilidades:


Kilobytes 📡

Sistemas de IA como os chatbots são treinados com grandes volumes de dados, incluindo diálogos de filmes e séries extraídos de legendas do site OpenSubtitles.org. Este conjunto de dados com diálogos de mais de 53 mil filmes e 85 mil episódios de TV, foi usado por diversas empresas, como Meta, Apple e Nvidia, para desenvolver suas IA. Muitas dessas obras estão protegidas por direitos autorais e a prática gera questionamentos sobre a legalidade e a ética do uso não autorizado de materiais criativos para fins comerciais. [resumido.cc]


A ascensão do Afrobeats, gênero musical nigeriano (não confundir com o sagrado Afrobeat do Fela Kuti), é um fenômeno global impulsionado pela popularidade no Spotify. A plataforma ajuda a conectar artistas locais a audiências internacionais, com iniciativas como playlists, eventos e publicidade. O gênero transcendeu fronteiras e consolidou-se como uma das forças da música contemporânea. No entanto, críticos questionam se métricas digitais refletem a verdadeira audiência dos artistas. [resumido.cc]


Roblox e Fortnite estão se transformando em plataformas criativas e a expansão desses metaversos trouxe desafios. Criadores denunciam práticas fraudulentas, como processos falsos de direitos autorais e imitação desleal, enquanto anunciantes observam com cautela os impactos disso para suas marcas. Epic Games e Roblox têm investido em melhorias para combater fraudes e aumentar a transparência ,mas criadores afirmam que o sistema não compensa as perdas causadas por remoções injustas. [resumido.cc]


Como todo adolescente, meu filho acessa bastante a internet e eu precisava de uma maneira de monitorar o que ele faz online, sem ser invasivo. O Qustodio me deu essa opção. Agora consigo ver as atividades dele, bloquear aplicativos quando necessário e até saber onde ele está com a função de localização. Isso me deu mais segurança e tranquilidade. Se você também procura uma ferramenta de controle parenta para te ajudar, acesse resumido.cc/qustodio e ganhe 30 dias grátis para testar. Só para os ouvintes de RESUMIDOExperimente agora!


Escuta só! 🎧

Uma playlist com curadoria 100% humana, atualizada toda semana, com o melhor do que escutei recentemente.


Pega a visão 👁️

Esta imagem mostra duas pessoas conversando em uma chamada via Zoom. Mas uma delas é um avatar gerado por IA. Em breve teremos avatares nossos indo a reuniões. Sonho ou pesadelo, você decide. No Youtube tem um vídeo mostrando como funciona.

Antes de ir embora...


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