Você está viciado em estímulos 😬

Você está viciado em estímulos 😬
Cultura molecular (Harrison Leece / Unsplash)

Você com certeza vê conteúdo muito bem produzido nas suas redes sociais. Vídeos que uma ou duas décadas atrás exigiam a estrutura de um estúdio de TV para serem filmados, agora são produzidos com alguma facilidade por jovens, mundo afora, usando um celular e ferramentas de edição como o CapCut.

Tecnicamente falando, a qualidade do que é apresentado pode ser muito alta. E a quantidade também. A questão é a profundidade desse material. Estamos deixando de produzir cultura para produzir distração.

Na sua ótima newsletter, o jornalista e crítico de música Ted Gioia sugere que a cultura está mudando de maneira muito mais rápida e dramática do que a política.

Tradução do gráfico apresentado por Ted Gioia

Gioia explora a ideia de que a indústria do entretenimento está em declínio, sendo substituída por uma "cultura da distração". Essa mudança é impulsionada pelas grandes plataformas de tecnologia que priorizam estímulos curtos e repetitivos para disparar a dopamina dos usuários e gerar o vício que nos faz voltar, diversas vezes por dia, para sermos alvo de publicidade.

Esse ciclo cria uma forma de dependência, transformando as pessoas em "viciados" de estímulos, não em consumidores de arte ou entretenimento, alguém que busque significado no que observa. Nos transformamos apenas em pessoas rolando o feed, consumindo distrações, ficando viciados sem perceber.

O ensaio argumenta que plataformas como TikTok, Instagram e Facebook estão moldando essa nova realidade. A busca por estímulos rápidos substitui a profundidade cultural e artística.

Tradução do gráfico apresentado por Ted Gioia (arte: Peri Semmelmann)

Um post no Threads do perfil Death to Stock vai na mesma direção e diz: a velocidade matou a qualidade e isso diminuiu o nível de exigência do que é consumido em termos de música, séries e livros. Charlie Warzel, também no Threads, argumentou que um artigo escrito está morrendo como forma de conteúdo com o qual as pessoas querem se envolver e o mercado para coisas bem escritas está desaparecendo.

É claro que nada disso faz bem para nossos cérebros. Em seu livro, Dopamine Nation, a Dra. Anna Lembke, especialista em vícios da Universidade de Stanford, alerta sobre os perigos dos vícios comportamentais. O uso excessivo de smartphones tornou-se uma forma moderna de dependência, comparável ao abuso de substâncias, e afeta negativamente nossa capacidade de concentração e satisfação pessoal.

Períodos de abstinência são essenciais para reequilibrar a mente e ajudar a redefinir o relacionamento com a tecnologia, permitindo um uso mais consciente e saudável desses dispositivos. Ganhamos mais um problema de saúde coletivo. 

Por outro lado, o TikTok terminou 2023 avaliado em cerca de USD$ 100 bilhões. Nessa crise digital, como em outras, sempre tem alguém pra vender lenço enquanto alguém chora. Precisamos olhar para isso com seriedade. Vamos ver se sobra algum tempo entre um vídeo e outro. 

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Como falei no RESUMIDO, estamos em Setembro, logo, temos iPhone novo na praça. O modelo 16 foi lançado na última segunda-feira e o preço da versão Pro Max pode chegar em até R$16 mil (eita). O G1 listou os diferenciais do smartphone e o Techtudo traz uma ficha detalhada das novidades. A revista MacWorld destacou detalhes importantes que passaram batido na maioria das coberturas.


Desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia em 2022, cientistas do país uniram esforços para proteger a infraestrutura científica do país contra a devastação. Iniciativas como a "Ciência em Risco" documentam os danos às principais instituições ucranianas, enquanto documentos de trabalho focam em orientar a gestão de crises futuras na ciência. A rede #ScienceForUkraine apoia pesquisadores deslocados, através do Telegram e listas de e-mails. A Nature conta a história completa.


Sem piadinha nenhuma, o The Onion, site de notícias satíricas, referência do brasileiro Sensacionalista, acredita que o futuro do veículo está... No jornal impresso. Assinantes que pagarem $5 por mês terão diversos benefícios, incluindo acesso a arquivos exclusivos, convites para eventos ao vivo e projetos editoriais especiais. O New York Times explica a decisão por uma versão em papel.

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