Uma foto, o antes e o depois da história

Uma foto, o antes e o depois da história
Montagem com fotos de: Doug Mills/The New York Times, Evan Vucci/AP, Anna Moneymaker/Getty Images

É difícil saber o que de fato entrará para os livros de história, porém, em alguns raros casos, temos certeza de que presenciamos um ponto de inflexão, um antes e depois de tudo que será contado a partir dali. O atentado sofrido por Donald Trump no último sábado foi um destes momentos, congelados em um clique.

A imagem de Trump sendo carregado pelos agentes de segurança enquanto erguia o punho direito para demonstrar força, com parte do rosto ensanguentado e com a bandeira dos EUA tremulando ao fundo, nasceu histórica. 

O momento foi registrado por diferentes fotógrafos, sob ângulos ligeiramente similares (como ilustrado acima), as fotos já são consideradas por especialistas como a nova marca de Trump. Como estamos na era da internet pós-inteligência artificial, as informações sobre a tentativa de assassinato feita por jovem de 20 anos circularam numa velocidade hiper acelerada. Isso pode ter mudado (mais uma vez) as regras do jogo da repercussão deste tipo de notícia.

A imagem coloca o ex-presidente do lado oposto da balança semiótica em que está seu concorrente e atual presidente, Joe Biden: enquanto Biden enfrenta uma crise dentro de seu próprio partido após um debate em que se mostrou com a saúde frágil, Trump praticamente se posicionou como o candidato mais forte, mais destemido e, por conta da bandeira, "mais americano". De um lado, um senhor de idade, do outro, uma pessoa resistente

Além do contexto do simbolismo de Trump saindo vivo e com um semblante vitorioso após escapar por milímetros de tiros de um AR-15, a foto escancarou outros pontos.

O primeiro é a importância e a relevância do fotojornalismo como ferramenta de compreensão da sociedade (havia milhares de celulares no evento, não por acaso foram fotojornalistas que fizeram os registros mais potentes).

Ainda que zilhões de vídeos e análises conspiracionistas tenham sido feitas e espalhadas em uma velocidade alucinante, é uma foto o símbolo memético desta campanha e da política dos EUA.

E grita também o que não aparece na imagem: o debate sobre o fácil acesso a armas e o aumento de crimes violentos cometidos com elas nos EUA volta ao foco, o que pode ser um trunfo a ser explorado por Biden.

Independente do que aconteça por lá, a política americana e a história como estamos presenciando, ganharam mais um antes e um depois.

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Transparência e ética são fundamentais em qualquer negócio e o uso de inteligência artificial no processo criativo vai ser cobrado pelos consumidores. A The Verge conta a história de como uma ideia ingênua, uma bolsa em formato de cavalo, afetou a reputação de uma empresa.

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A extrema-direita já se provou bastante eficiente quando o assunto é dominar a conversa nas redes sociais. E fica difícil tentar reduzir o estrago quando os próprios algoritmos ajudam a espalhar este tipo de conteúdo. A Wired mostra como o TikTok ajudou a promover conteúdo do partido extremista (e talvez neo-nazi) Alternative for Germany para jovens nas eleições para o parlamento da União Europeia e os perigos da falta de moderação das plataformas:

TikTok Pushed Young German Voters Toward Far-Right Party
Young Germans searching TikTok for parties and candidates were disproportionately served content related to the the far-right Alternative for Germany, says a new report shared exclusively with WIRED.

A Politico discute o (já velho?) problema das fake news políticas e como, mesmo com tecnologias muito avançadas de IA, um aspecto muito básico desse cenário ainda não mudou: a motivação da desinformação. No fim das contas, a briga da democracia ainda é contra nossa própria vontade de implodi-la.

Analysis: In the age of AI, keep calm and vote on
Amid deepfakes and disinformation, voters’ better judgment is likely to prevail.


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