Seu amanhã não será programado 🔮
"[Inteligência artificial] é uma estranha assombração, uma vasta colagem dos nossos sonhos e fantasias que colocamos online. A IA não pode imaginar nada que ainda não tenha acontecido, e a boa, otimista política progressista imagina algo que ainda não existe"
Assim pensa Adam Curtis, (ídolo) documentarista inglês, em uma excelente entrevista para Crack Magazine. E é algo muito similar ao que falo no RESUMIDO, a IA depende das criações humanas para trabalhar e por isso, até aqui, está sempre olhando pelo retrovisor.
Curtis sente-se frustrado com os discursos superficiais e incapazes de abordar as estruturas de poder, como ele vê sobre mudanças climáticas. E critica o tecnocratismo predominante no movimento ambientalista. De nada adianta os avanços tecnológicos se os problemas a serem resolvidos não podem ser solucionados com ferramentas como as inteligências artificiais.
Uma reportagem do New York Times com especialistas legais e autoridades de patentes, faz uma pergunta parecida com a provocação de Curtis: a IA pode ser inventora?
Alguns países já concedem patentes a invenções geradas por IA, enquanto outros, como os Estados Unidos, ainda mantêm a posição de que apenas humanos podem criar. Jason Allen, venceu um concurso com uma imagem gerada por IA, tentou registrar a obra e argumentou ter feito 624 revisões e prompts no Midjourney, além de edições no Photoshop. O pedido foi negado porque a imagem continha "mais elementos de IA do que o aceitável" (seja lá o que isso for).
É claro que é as IA podem ajudar e muito. Um estudo da Nature mostrou que IA treinadas com artigos escritos anteriormente conseguem ajudar a identificar furos ou informações que passaram batidas por cientistas e isso levou ao entendimento de novos conceitos e avanços científicos.
No fim das contas, com o que sabemos até agora sobre IA, o que Curtis fala no artigo da Crack é importante: nossos avanços tecnológicos não conseguem e nem devem nos superar na criação do nosso próprio futuro.
Podemos até estar vivendo em um episódio ruim de Black Mirror, mas ainda somos capazes de pensar em como a série acaba.
Bits 💾
Oldschool. Como fazer o Google voltar ao formato antigo, sem a IA no topo dos resultados [Ieda Marcondes/Bluesky]
Bom senso. O ministro Dias Toffolli anulou a condenação de Ana Bonassa e Laura Marise, as cientistas que haviam desmentido um influencer sobre desinformação relacionado a diabetes [Núcleo]
Eterno passarinho. A turbulenta aquisição do Twitter (atual X, etc) pelo Elon Musk vai virar livro de repórteres do New York Times [Gama]
Senhor dos Aneis. Um teste colocando todos os smart rings lado a lado [The Verge]
Utilidade pública. Um guia de como fazer uma 3x4 decente com o celular [G1]
Realidade Mudada. Os novos óculos da Meta podem transformar o cotidiano das cidades como as conhecemos [The New Urban Order]
Red. Detalhes sobre a terapia que usa luz (quase) infravermelha [The Guardian]
Jogo do tirinho. Os melhores games de atirar, segundo o Metacritic [TechTudo]
Eleições. O que alguns candidatos à prefeitura de algumas capitais pensam sobre tecnologia [TechMundo]
Sobrevivência. Ministro do STF quer IA para acelerar processos [Metrópoles]
Flores em você. Tem gente querendo que a Adidas produza uma estampa gerada por IA [Marketing Interactive]
Fiel da balança. O TikTok pode definir a próxima eleição dos EUA [Fast Company]
Pontual. A lua vai ter o seu próprio fuso horário [Vice]
Foco. Teste o método 3-3-3 para ser mais produtivo [LifeHacker]
Disfarce. Você vive uma vida dupla com as redes sociais? [Harvard Business Review]
Mandaê! 🫶
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Recomendações que chegaram:
Kaos, a série da Netflix que mistura mitologia grega com política, é apenas perfeita. Assistam. — João Pedro, via Whatsapp.
Recomendo demais o Desrotulando, pra quem tá querendo melhorar a alimentação ou só saber mais sobre o que anda comprando no mercado. O app é muito fácil de usar, só escanear o código de barras do produto e ele dá todas as informações, se tem ou não muito sódio, açúcar etc. E o melhor é que a versão paga custa só R$35 a anuidade — Ana Luiza Andrade, via Instagram.
Ojichan, romance do escritor paranaense Oscar Nakasato, é incrível. É uma bela história sobre envelhecimento e como essa fase da vida pode ser encarada. Belíssimo livro. — Heloísa Vieira, via Instagram.
Kilobytes 📡
A popularização das ferramentas de IA generativa, como o Dall-E, MidJourney e Stable Diffusion, está transformando a forma como imagens são criadas e consumidas. A capacidade dessas tecnologias de interpretar e recriar estilos artísticos específicos tem gerado uma explosão de conteúdo visual inusitado nas redes sociais.
No entanto, o uso de genAI levanta preocupações sobre viés nos dados, impacto ambiental e o futuro dos artistas humanos. Embora as IAs possam parecer "inteligências artificiais", elas estão profundamente enraizadas em escolhas humanas, desde a coleta de dados até a sua interpretação. Uma reportagem do jornal The Guardian discute qual o melhor equilíbrio entre a inovação e interferência humana no uso dessas ferramentas
[Resumido.cc]
Mustafa Suleyman, CEO de IA da Microsoft e cofundador da DeepMind, acredita que a inteligência artificial está à beira de uma nova revolução, onde assistentes digitais como o Copilot se tornarão mais "humanos" e intuitivos. A mais recente atualização da ferramenta interage de forma mais natural, com voz humanizada e a habilidade de "ver" a tela do usuário, além de capacidades aprimoradas de "raciocínio". O futuro desses sistemas pode ir além de assistentes passivos, em direção a agentes autônomos capazes de realizar tarefas complexas.
[Resumido.cc]
Em 2149, a vida humana é amplamente dominada por tecnologias de otimização que guiam todas as decisões e comportamentos, enquanto a privacidade se tornou uma relíquia do passado. Um sistema conhecido como "A Grande Fusão" centralizou os dados de todos os cidadãos, resultando em um controle quase absoluto sobre as escolhas individuais. Embora alguns tentem se rebelar contra essa automação, muitos acreditam que até mesmo esses momentos de insubordinação estão previstos pelo sistema. É o que um escritor de ficção imaginou para o futuro em 125 anos, a pedido do MIT Tech Review.
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