Pizza com cola! 🍕

Inteligências artificiais são capazes de realizar cálculos complexos e oferecer soluções rápidas para diversos problemas bastante objetivos. Ponto para elas. Onde as IAs ainda patinam é em interpretar contexto. E essa dificuldade foi crucial para as falhas vistas no experimento do Google com a integração de IA na sua ferramenta de buscas. 

Prints que viralizaram nos últimos dias mostram resultados estapafúrdios gerados pelo Google, como a sugestão de usar cola não-tóxica para que o queijo fique grudado na pizza.

Isso aconteceu porque a base de dados de treinamento da IA do Google inclui posts do Reddit, uma rede social em formato de fórum onde usuários respondem perguntas sobre os mais variados assuntos. A questão é que a maior parte dos usuários são apenas pessoas normais e não especialistas em determinados temas. Então não é de se estranhar que a resposta gerada por IA do Google para pergunta "como faço para que o queijo fique grudado pizza?" seja a mesma do usuário Fucksmith, brincando num post no Reddit de 2013 , como explica a 404 Media

O X (antigo Twitter etc) também ofereceu um caso curioso sobre como as IAs ainda precisam melhorar muito o trabalho de contextualização para poder dar, digamos, opiniões mais acertadas. Há cerca de um mês, a rede social de Elon Musk liberou para seus usuários premium o acesso a um apanhado das principais notícias do dia feito pelo Grok, a IA da plataforma. Um usuário postou um print no próprio X, da tenista Serena Williams falando sobre "bater uma bola" como parte de uma conversa sobre a presença de microplástico em testículos. Pois é.

E antes fosse o único exemplo vindo da dupla Elon/X: a mesma IA já foi responsável por notícias falsas a respeito de um bombardeio em Israel. Nesse momento, não faltam exemplos de como as IA ainda precisam evoluir muito para dar conta da complexidade da comunicação humana.

Kilobytes 📡


As coisas nem sempre são o que parecem e a internet adora quando tudo sai do controle. A corredora Luciana Lourenção viveu isso de perto ao ter um vídeo seu transformado em debate sobre maternidade e o papel do homem nas relações conjugais. O vídeo mostra Luciana liderando uma prova de meia-maratona, próxima da linha de chegada, quando desvia das duas filhas, que a aguardavam com o pai, para vencer a corrida. A imagem foi analisada de lupa e interpretada pela internet, que deu o veredito: o marido era tóxico e quis tirar o protagonismo da mulher, sabotando sua vitória. "Eu precisava chegar e pronto. Vi as meninas rapidamente, mas não consegui parar porque era uma descida, estava muito concentrada e focada e minha concorrente estava bem perto de mim. Não havia como (o marido) Pedro notar à distância e as crianças entenderam e não ficaram aborrecidas" disse Luciana ao G1, descontruindo as interpretações que repercutiram até na BBC inglesa. Do outro lado do mundo, uma amostra de como a internet ultrapassa os limites, às vezes além do online: uma cidade no Japão ergueu uma cortina preta para que turistas parassem de tirar fotos do monte Fuji em um local que havia viralizado, pois estavam deixando muito lixo e gerando acidentes de trânsito.

Maratonista que quase perdeu corrida porque marido ‘soltou’ filhas na pista nega ter sido boicotada por ele: ‘Combinamos antes’
Ao g1, Luciana Lourenção diz que, antes da competição, planejou com o companheiro que ele a esperaria com as crianças antes da chegada, para viverem um momento ‘inesquecível’. Mas, no dia da meia-maratona, ela teve de desviar das meninas para o ouro não escapar.

Pense aí no que você considera o melhor disco já feito. Ou no melhor filme que você já viu. A chance de estas obras terem sido produzidas enquanto você estava na adolescência são razoavelmente grandes. Essa é a conclusão desta reportagem do Washington Post, que analisou dados para tentar identificar, dentro da realidade dos Estados Unidos, quando foram os "bons e velhos tempos", como diz o ditado popular. Acontece que essa definição parte de uma série de conceitos, contextos sociais, tecnologias e experiências bastante particulares. Excelente trabalho de análise de dados.

Gráfico: Reprodução/The Washington Post

"IAs são uma péssima notícia para pessoas de exatas", disse Peter Thiel, bilionário e um dos fundadores do PayPal em uma entrevista recente. Se houve uma empolgação de que programadores, matemáticos e outros profissionais guiados por números fossem dominar a construção de produtos e conteúdos nas inteligências artificiais, a opinião de Thiel vai na direção oposta: para ele, quem tiver habilidades criativas e ligadas ao desenvolvimento de comunicação e linguagem, deve sair na frente nesse novo nicho do mercado de tech.


Se a era das redes sociais foi dominada pela criação de produtores de conteúdo e canais de informação independentes (muitas vezes de extrema-direita), que clamavam ser uma fonte confiável de informação em contraponto a chamada "mídia tradicional", a era das IAs tem uma chance razoável de que os veículos mais tradicionais deem as cartas no que diz respeito à chancela de informação de confiança. Pelo menos é o que aponta o acordo que a a Open AI fez com uma série de veículos tradicionais de mídia nos Estados Unidos para treinar modelos de linguagem para projetos relacionados a jornalismo. Estão na lista veículos que vão da centro-esquerda à centro-direita dentro da paisagem da mídia dos EUA. Esta reportagem do Semafor dá mais detalhes sobre a decisão da gigante da inteligência artificial.

AI companies freeze out partisan media | Semafor
The new marriage of AI and news could bring about the revenge of establishment news outlets.

Bits 💾


Sobrevida ao Janelão: em entrevista ao Tecnoblog, VP de marketing da Microsoft fala sobre o Copilot e a aposta em IA que fará "Windows durar mais quarenta anos".

Passo a passo: uma artista publicou no Twitter um manual de como fez para impedir que a Meta use material do seu perfil para treinar IAs.

Trend fit: a dopamina (ou o detox dela) é a tendência de bem estar da moda, como explica a Vox.

UH-OH! Você tem menos de um mês para dar adeus ao ICQ.

F.A.Q. A The Verge compilou tas principais dúvidas sobre o GPT-4o, pra quem quer um be-a-bá da nova ferramenta.

Pós-Scarlettgate: na esteira da rusga entre Scarlett Johansson e a OpenAI, esta reportagem da Dazed explica o problema de sexualizar IAs.

Olho no lance! O Josmi mostrou no Instagram a trabalheira que é ser câmera em uma partida de futebol.

A.I. Free: Google sem resultados de IA? Temos.

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Mais ou menos seguros... O Celular Seguro, sistema do governo federal de alerta de roubo e bloqueio de aparelhos, chegou ao registro de 50 mil casos.

Focando no lugar errado? Nada de errado em plantar árvores, mas a ideia de sequestro de carbono, adotada por muitas empresas de tecnologia, pode não ser a melhor ideia para soluções climáticas.

Faltando uma peça: é uma época de ouro para quem gosta de jogos de enigmas e quebra-cabeças, diz o Engadget.

🆘 Ajude o Rio Grande do Sul! 🆘

Existem muitas maneiras de ajudar o estado no meio desta crise. Separamos aqui o PIX de algumas instituições que estão trabalhando em diferentes frentes:

Pega a visão 👁️

Parte do Twitter (atual X... 🥱), deu uma ligeira surtada na última semana por conta desta imagem apocalíptica feita na costa do Japão. A Newsweek checou e ainda não é a chegada dos cavaleiros do apocalipse, mas apenas a refração das luzes de barcos de pesca.

Foto: Reprodução/X/@maashii_taiyo

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