Ainda tem muito futuro no presente 🌄
Enquanto você lê este texto, cientistas trabalham em descobertas revolucionárias em energia limpa, tratamentos médicos e tecnologias sustentáveis. Segundo dados da OMS e do Banco Mundial, indicadores globais de saúde e qualidade de vida têm apresentado melhorias consistentes nas últimas décadas. Existem também desafios, muitos, ainda assim, nossa percepção coletiva sobre o futuro permanece sombria.
Frequentemente, discussões sobre big techs, inteligência artificial ou alguma modinha nova nas redes sociais são inseridas num contexto pessimista que aponta para a destruição da cultura, da saúde mental, da sociedade ou do meio ambiente. Fica difícil sorrir ao saber de todos os desdobramentos escondidos por trás de algoritmos duvidosos, né. Essa perspectiva reflete a complexidade do momento atual: alcançamos conquistas notáveis e enfrentamos questões que demandam debate e regulamentação.
Esse cenário vai além da tecnologia. Desde o início da pandemia, enfrentamos uma crise de esperança, amplificada pela exposição constante a conteúdos polarizados nas redes sociais. Como resposta, surge um movimento de especialistas que defendem um "retorno ao humano". Não para rejeitar a tecnologia, mas como resgatar experiências genuínas. Na prática, significa redescobrir o prazer de ler um livro físico, colecionar LPs, participar de encontros presenciais ou simplesmente desligar as notificações do celular durante o jantar.
Uma reportagem da Vox falou sobre a proposta do Roots of Progress Institute, na Califórnia, de resgatar o otimismo. Pesquisadores como Jason Crawford e Saloni Dattani mostram que, mesmo com evidências de avanços em diversas áreas, existe uma resistência psicológica em perceber essas melhorias.
O jornalismo investigativo é fundamental para expor tanto problemas quanto progresso, porém nossa tendência é dar mais peso emocional às informações preocupantes, distorcendo nossa percepção da realidade.
Na BBC, Dan Gilbert, psicólogo de Harvard, explica o "viés de impacto”: nossa inclinação a idealizar o futuro e minimizar aspectos menos agradáveis. Pensamos em tudo que pode acontecer de bom e ignoramos as possíveis consequências negativas, o que gera frustração quando a realidade se apresenta. Paul Dolan, especialista em ciência comportamental, recomenda buscar perspectivas de quem já viveu situações similares para decisões mais ponderadas.
Os estudiosos parecem concordar que, para superar essa crise de esperança, precisamos equilibrar o uso da tecnologia, estimular a criatividade e exercitar a imaginação dentro de contextos reais. Buscar soluções e uma comunicação que celebre as conquistas científicas são essenciais para combater a apatia e o ceticismo.
Este momento de transição, como sugere a Slate, exige um equilíbrio entre reconhecer as perdas e manter o compromisso com o progresso. Não podemos abaixar a cabeça. Mesmo em meio às incertezas, seguimos no desafio de manter viva a capacidade de imaginar e construir um futuro melhor. Vamos juntos.
Bits 💾
Geralzão 📰
Processinho. O Mr. Beast, maior Youtuber do mundo, está sendo processado por cinco ex-participantes de seu próprio reality show [Folha]
Cana. Sujeito que usou IA para gerar vídeos de abusos infantis foi condenado na Inglaterra [The Guardian]
Silêncio A velha mídia, claro, é a última a querer pensar sobre o futuro do jornalismo [The Nation]
Jeitinho. Profissionais do NHS, o SUS do Reino Unido, usam Whatsapp para trocar informações sobre pacientes, porque o sistema oficial é ruim [Financial Times]
Risco. Estudo publicado na The Lancet alerta sobre os riscos das bets para a saúde pública [The Lancet]. Lembrando que tem um episódio especial do RESUMIDO sobre o tema, já ouviu?
De papel. É oficial: existe um revival do impresso em curso [Bloomberg]
Caminho inverso. Falando em IA, a Apple está preocupada em transformar fotos em fantasia [The Verge]
Visto. Elon pode ter trabalhado ilegalmente nos EUA nos anos 1990, diz o Whashington Post (ele negou, claro) [G1]
Imbatível. Não tem pra ninguém, só o Wordle é o Wordle [Fast Company]
Novidade. A Meta firmou seu primeiro acordo para uso de notícias da Reuters em sua IA [The Verge]
Ideia de bosta? Uma câmera que tira fotos do seu cocô (para fins médicos) [TechCrunch]
Furadim. Modelos grandes de linguagem, que são o motor da IA, são como queijo suiço quando o assunto é segurança [Gary Marcus]
Au-Au! Uma coleira que faz o seu cachorro falar (mais ou menos, né) [Wired]
Pegadinha. Esse repórter da BBC testou um clone em IA dele próprio numa reunião com colegas [BBC]
Memética 👯
- E se fizessem um desses de SP/RJ?
- Você frequentaria esta livraria?
- Um bom uso do diploma de engenharia.
- Fizeram um concurso de sósias do Timothee Chalamet (!?).
- A quem interessa curar a diabetes????
Cinto de utilidades 🦇
- Um calendário de uma página que serve pra qualquer ano [Medium]
- Como achar rápido as senhas que você salva no Chrome [LifeHacker]
- Várias ferramentas para criar imagens com IA [Journalist Toolbox]
Kilobytes 📡
O crescimento do aplicativo SocialAI, onde os seguidores são avatares gerados por inteligência artificial, levanta debates sobre o futuro das redes sociais. Com reações mistas, o app atraiu a atenção da Meta, que agora o contratou para trabalhar com IA generativa. Esse movimento reforça a aposta da empresa em automação e conteúdos de IA nas interações online, sinalizando um possível futuro em que a experiência humana seja cada vez mais substituída por interações pré-programadas e controladas, onde a autenticidade corre o risco de se diluir frente ao "engajamento" artificial [Resumido.cc]
A Northwell Health, maior provedora de saúde de Nova York, desenvolveu uma ferramenta de IA chamada AI Hub para auxiliar profissionais de saúde em tarefas administrativas e de tradução. Embora a empresa enfatize que a ferramenta não tem acesso direto a bancos de dados clínicos e não deve ser usada para decisões médicas, há indicações de possível uso em funções clínicas, como análise de registros médicos e detecção de doenças, gerando questionamentos sobre a proteção de dados sensíveis dos pacientes [Resumido.cc]
A recente descoberta da cidade maia de Valeriana, no sul do México, demonstra o papel revolucionário da tecnologia na arqueologia. Localizada na densa selva de Campeche, Valeriana é considerada um centro político maia, com características como templos, praças e uma quadra de jogos de bola. A cidade foi revelada sem a necessidade de escavações tradicionais, graças ao uso de LiDAR, uma tecnologia que emprega pulsos de laser para mapear estruturas soterradas em alta resolução. Esse método, aliado a drones e mapas de satélite, possibilitou a visualização de complexos arqueológicos encobertos pela vegetação. [Resumido.cc]
Hiperlink 🔗
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