A internet morreu 😔 (viva a internet! 😁)
A internet já foi dada como morta meia dúzia de vezes e talvez a gente esteja presenciando mais uma destas mortes (falei bastante sobre isso nos episódios #76, #201 e #265 - e a entrevista com a Letícia Cesarino segue muito atual). Pode ser que a web3 e a tecnologia blockchain sejam a resposta de qual internet teremos no futuro.
Antigamente, a internet era sobre estar online e usar o espaço para ler e publicar suas ideias, de maneira descentralizada, sem guardiões. Então passamos pela fase de conexão, em que os chats e programas de troca de mensagem dominaram a narrativa. Veio a era do SEO e das redes sociais e com isso o foco no desempenho: não basta se comunicar com seus contatos, é necessário um esforço para aparecer e ser visto por todos.
O que foi projetado para conectar pontos, passou a ser ditado por algoritmos. A internet se transformou numa arena de exposição constante e monetização excessiva. Esse processo, descrito pelo termo cunhado por Cory Doctorow, de "enshittification", ou seja, a "merdalização" (!) da internet, degradou a experiência do usuário em favor de lucros rápidos.
Quando algoritmos substituíram a curadoria pessoal, a internet se tornou um lugar mais passivo, onde somos direcionados por terceiros para tudo. Sem falar na intervenção de estados autoritários no funcionamento da rede e na atual proliferação de conteúdo gerado por inteligência artificial inundando os espaços digitais.
Em 1990 achávamos que a internet nos salvaria de nós mesmos Em 2024, vemos um grande palco para guerras de narrativas, salpicado por publicidade.
E para onde estamos indo?
De acordo com o futurologista Theo Priestley, o próximo passo aponta para a criação de redes autônomas e descentralizadas, onde o controle finalmente voltará às mãos dos usuários, rompendo com o modelo centralizado da big techs que dominou a última década.
Ao contrário do que muita gente pensa, o futuro da web3 permanece em aberto. Baseada na tecnologia blockchain e na criptografia, essa versão da rede promete descentralização, mas não conseguiu livrar a internet de se tornar um espaço de exploração financeira. Empresas influentes continuam a investir em blockchain e tecnologias associadas, como o metaverso.
Se a internet está morrendo, um viva à nova internet que surgirá. Rei morto, rei posto. Ou postado.
Bits 💾
0800. O império do wifi gratuito (e de dados) de um brasileiro.
Teoria: os problemas que não te contam sobre carros elétricos.
Puxado. As pessoas estão viralizando no TikTok sobre quão ruim são seus trabalhos.
Pelúcia. Aquelas máquinas de pescar bichinhos eram, que doideira, um golpe no Rio.
Adverte. E se as bets tivessem aviso de dano, como os produtos de tabaco?
De olho. Como funciona a central de câmeras com reconhecimento facial de São Paulo.
Tá mudado. O que o Elon Musk tuitava antes e depois de adquirir o Twitter (X etc).
Acontece. Se você esqueceu de seguir alguém no Instagram, é só seguir de volta agora.
Vem aí. Tudo o que você precisa saber sobre o GPT-5.
Veio aí? O Orkut quer voltar (outra vez...).
Fé.com: é possível uma igreja existir só na internet?
Rinha de chatbot. Um teste comparando ChatGPT, Gemini, Claude e Llama.
Zuck 3.0. O fundador do Facebook deixou o visual nerdola pra trás.
Comerciais. Ter uma TV hoje é ter um aparelho projetado para comerciais.
Relojinho. Um outro ponto de vista sobre os benefícios dos aparelhos que monitoram sua saúde.
Shake it off. Os fãs da Taylor Swift em campanha pela Kamala Harris.
MSN. O Instagram promete uma integração com Spotify para mostrar o que você está ouvindo.
iPhoto. Veja as imagens premiadas pelo iPhone Photography Awards.
Maromba. A academia entra na era digital.
Influência. Um reality show em que estrelas online disputam por atenção.
Padrão. Saiba porque toda série e filme da Netflix tem o mesmo visual.
eSports. Agora os gamers vão ter que correr pra valer.
Guerra. Gaivotas estão atacando drones em Nova York.
Kilobytes 📡
Falei no episódio desta semana do RESUMIDO (já ouviu?) sobre o poder assustador do editor de fotos com IA do novo Google Pixel 9 e o impacto que isso pode ter na maneira como exploramos o mundo visualmente e as consequências para internet. A The Verge esmiuçou as implicações desta tecnologia.
Outro tema do episódio desta semana foi a crise dos apps de relacionamento. Esta reportagem da Glamour explora a ideia do dating burnout, causado justamente pela exaustão no uso de apps como Tinder e Bumble.
E se você ficou com curiosidade sobre a brecha legal que a Disney encontrou para escapar de um processo movido por um médico por sua companheira ter morrido após comer num restaurante da Disney, o Legal Eagle explicou o que é o modelo de arbitragem que a companhia queria aplicar, exatamente o tipo de coisa que um vilão da Disney pensaria:
Escuta aí!
Uma playlist com curadoria 100% humana, atualizada toda semana, com o melhor do que escutei recentemente.
Pega a visão 👁️
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