Priscila, a rainha do d̶e̶s̶e̶r̶t̶o̶ Uber 🚗
Ao fim deste texto, você vai com certeza pensar, para o bem ou para o mal: "brasileiro é f***".
Priscila Barbosa, uma brasileira de 32 anos, chegou a Nova York em abril de 2018 com o sonho de prosperar nos Estados Unidos. Ela tinha um sonho e um visto de turista na mão. Como conta a Wired em uma reportagem/perfil, como muitos imigrantes, em pouco tempo ela se viu sozinha e sem recursos.
Sua determinação e, digamos, senso de oportunidade, a levou a abrir diversas portas. Ela começou trabalhando em uma pizzaria, mas logo depois passou a dirigir para a Uber e Lyft com contas alugadas de terceiros, o que é razoavelmente comum entre quem não tem documentação para criar um perfil nas plataformas.
Utilizando documentos falsificados e números de Seguro Social adquiridos em mercados paralelos, Priscila descobriu uma maneira de criar sua própria rede de perfis falsos e passou a administrar um negócio lucrativo de aluguel de perfis para imigrantes sem documentos em Boston, incluindo também apps de entrega como DoorDash e Instacart.
As movimentações nos apps levantaram suspeitas e a justiça americana investigou o caso e Priscila foi presa em maio de 2021. Durante seu tempo na prisão, a brasileira assumiu uma postura ambígua entre o arrependimento e o orgulho de ter encontrado formas de sustentar sua família e ajudar outras pessoas.
Imigrantes são a ponta mais frágil de um mercado feito para manter as pessoas no extremo: pagamentos que caem sempre em relação ao tempo empenhado na plataforma, o que leva trabalhadores a sempre trabalhar mais do que deveriam para conseguir bater as metas diárias, gerando problemas de saúde física e mental.
É fácil julgar esta história com muitas lentes pré-concebidas. O caso de Priscila é emblemático (e extremo) de uma realidade muito comum na tal gig economy, a economia dos bicos, impulsionada por aplicativos como Uber, iFood, Rappi, entre outros.
A jornada de anti-herói da brasileira é um lembrete de que para muitos, a tal gig economy é um jogo de apostas cruel.
Kilobytes 📡
Atingir o "lixo zero", ou chegar o mais próximo possível disso, deveria ser a meta de toda cidade ou país minimamente preocupado com a produção de rejeitos e com as mudanças climáticas. Mas, afinal, o que de fato significa um mundo sem rejeitos? A Mother Jones focou num dos maiores vilões da poluição, a produção de plástico, para tentar entender como isso funcionaria.
Joseph Winters
Momento "IA do bem": pesquisadores da Universidade Macquarie, na Austrália, desenvolveram uma IA conversacional pensada para combater golpistas que agem por telefone. A Apate, batizada em homenagem à deusa grega da decepção, utiliza bots com personalidades variadas para engajar golpistas e extrair dados valiosos sobre seus métodos, como explica o Guardian.
Tory Shepherd
Namoro online via apps como Tinder, Bumble e Grindr, se tornou uma espécie de esporte ou gincana, com regras não escritas, mas que todo mundo conhece. Então... jogue com o regulamento debaixo do braço! A Dazed destrinchou as piores armadilhas (como aquele encontro que a pessoa marca só pra descolar um jantar grátis).
Bits 💾
Fui entrevistado pela Giselle Santos e Aline da Mata sobre o tema inteligência artificial e redes sociais para um episódio da 1ª temporada do Assunto na Mesa, do Canal Futura. Quando marcarem a data de exibição, aviso por aqui.
Patriota. E o Zuckerberg no 4 de Julho?
Tijolinhos. Quem não quer esse Lego do Tubarão, tá maluco.
James Bond. O que é um agente de IA?
SEO do mal. Páginas do governo estão sendo invadidas por sites de jogos gringos para ganhar acessos via Google.
Fortes emoções. A ansiedade agora é um sentimento... Pop?
Processinho. Esse cara comprou um apartamento por conta da reprodução massiva e não-autorizada de uma das suas uma obra online.
Inimigos do fim: o New York time preparou um guia de manutenção para fazer o seu celular durar tudo o que ele tem que durar.
Em Roma, como os romanos: cientistas encontraram uma espécie de computador analógico (!) produzido no século 1 antes de Cristo, mais complexo do que parecia.
Má influência. Uma empresa do Paraguai usou uma estratégia envolvendo inluencers no Instagram e TikTok para empurrar vapes para jovens.
Passa no RH. O ChatGPT consegue dar jeito em problemas e situações de recursos... Humanos?
Carona. A história da brasileira que mudou para os Estados Unidos para fazer uma grana trabalhando de Uber até que... Ela hackeou o sistema.
Hiperlink 🔗
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